terça-feira, 29 de novembro de 2016

Fidel e os Castristas



Neste artigo, não pretendo demonstrar um profundo conhecimento sobre Cuba, ou sobre o que Fidel Castro fez ou não ao longo da vida, porque, e pelo mais basilar motivo, não sou esse conhecedor profundo. Mas contenta-me o facto de viver, ao que parece, num país onde são muitos mais os que defendem o Castrismo do que o que julgava.

Mas as recentes reações ao falecimento de Fidel Castro, no meu círculo de amigos no Facebook, faz-me levantar uma questão, ou várias aliás. A principal: São tantos assim a defender os políticos de esquerda?

Fidel Castro, como todos sabemos, era um ditador. Ora, uma ditadura é oposta a uma democracia. Uma ditadura, não dá ao povo, aos cidadãos, aquele que para mim é o mais elementar pilar de uma sociedade, a liberdade, entre outras, a liberdade de escolha.

Aquela ideia romântica de Cuba e principalmente de Havana, que todos temos, nem sempre é bem assim nem muito menos replicável no interior daquele país. Nunca fui a Cuba, e aliás gostaria de ir antes da transformação económica e social que, inevitavelmente, haverá naquele país, porque reconheço ter um certo fascínio pela decoração anos 60 que a cidade capital e o estilo de vida cubano nos oferece, mas, meramente para fins turísticos, porque no que toca a ponderar viver “parado” nessa década, eu, tal como creio que todos os que têm feito certas publicações no Facebook, recusaríamos. Estou até em crer que, e sem informação concreta alguma, que maior parte dessas publicações possam, ironicamente, ter sido publicadas através de iPhones e computadores da Apple, mas, é uma mera impressão minha.

Para finalizar, apenas deixar presente que, este fenómeno que todos assistimos nas redes sociais, está intimamente relacionada com o facto de quando alguém falece, em Portugal parece que passa a ser idolatrada e assistimos a um apagão de memória daquilo que no essencial, essas pessoas foram realmente. Atenção que Fidel Castro foi, a meu ver, marcante na história, não apenas cubana, mas no panorama mundial. Foi, e continuará a ser, uma referência politica, porém, o que ele defendia e implementou, não sou de acordo e não gostaria, jamais, de viver numa sociedade como a que Fidel construiu.

Hoje, falamos de Fidel Castro e muitos são os Castristas que se manifestam porque, e só porque, a ditadura que ele implementou foi uma ditadura de esquerda. Mas como disse anteriormente, seja qual for a ditadura, esquerda ou direita, como aliás em quase todos os radicalismos que a sociedade por vezes cai, eu não sou a favor e não ouvirão a minha voz nessa defesa.

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