sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A visita a propósito do Orçamento

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Ontem à tarde fui à Assembleia da República ouvir o início do debate do Orçamento de Estado para 2017 na generalidade. Entre a minha visita e o orçamento em questão, uma coisa em comum: é um desafio sério.

Uma das vantagens, se não a principal, de estar a estudar em Lisboa, para além do que estudo, o conteúdo em si, e mesmo o local (instituição) ou até o corpo docente, a envolvência da cidade revelou-se, num curto espaço de tempo, uma grande vantagem. Para exemplificar: fui mais vezes ao parlamento neste mês do que no resto da minha vida. E ainda só cá estou há um mês. Mas logo a palavra desafio aqui emerge. Gerir bem o tempo não é nunca, em parte alguma deste país, tarefa fácil. Ou porque o local oferece demasiadas atrações, ou porque tem maravilhosas vistas, ou porque é onde estamos constantemente com os nossos amigos, ou porque é onde passamos horas a trabalhar, estudar, praticar desporto, hobby, … enfim, tantas e tantas hipóteses. Tudo serve de motivo para não focarmos e desperdiçarmos tempo. Para algum consolo meu, não é só comigo que isso acontece. Ao que parece, é com todos.

A elaboração de um Orçamento de Estado, tal como me foi ensinado na licenciatura, mas como todos sabemos porque estamos fartos de ouvir, é um documento onde se inscreve aquilo que é suposto o Estado fazer com os recursos que tem. E é aqui que reside o problema: as necessidades são ilimitadas e os recursos escassos. Isto é aquilo que se aprende na aula nº 1 de qualquer tema relacionado com economia. E este é o desafio de se fazer um Orçamento de Estado. Por norma, é muito complicado conseguir cobrir todas as necessidades com os recursos que se tem. Mais, no caso do OE, é mesmo um enorme desafio porque em todos eles até hoje, com mais imposto aqui menos ali, nunca se conseguiu agradar a todos. Este ano não seria a exceção.

Ora, mas estes dois parágrafos introdutórios serviram para quê? Para explicar que em tudo encontramos desafios. Tudo o que nos rodeia é um desafio a nós próprios para nos adaptarmos, seja qual for a circunstância. Mas o match entre o meu dia de ontem e o Orçamento de Estado não se esbarra na existência de uma palavra só. O desafio foi mesmo muito grande. Vocês haveriam de estar lá também, porque não é mesmo nada fácil não aplaudir a intervenção e respostas de Mário Centeno e ao mesmo tempo não rir do que a direita dizia, os disparates que de lá vinham.

A oposição está mesmo de cabeça perdida. E mais uma vez, Paulo Portas dá uma lição ao PSD, neste caso, a Passos Coelho. É inútil ali estar a espera que o Governo caia, quando parece estar de pedra e cal. Mas mesmo que assim não fosse com o Governo, porque o que hoje é verdade amanhã é mentira, o mundo muda a cada segundo, e o Governo português não foge à regra. E a política não é um ATL, não é um “lugar” em que devemos estar só para passar o tempo com atividades pontuais. A política é o exercício da responsabilidade de contribuirmos para a sociedade. Por isso, Dr. Pedro Passos Coelho, deverão existir outros no PSD com vontade de liderar, de assumir, de propor (seja o que for, mas propor algo já não era tão negativo do que não propor nada). Estive para escrever este artigo ontem, mas pensei. Não, quando Passos Coelho falar, vai propor alguma alteração, vai dizer aquilo que levará a sede de discussão na especialidade (como ouvi, por exemplo, Heloísa Apolónia (Verdes) e André Silva (PAN) fazerem). Mas não, para espanto meu, só ouvi do líder da oposição que votaria contra o OE e que o Governo dele fez melhor pela economia do que este está a fazer. Dá para acreditar?


Acho que não aguentaria esta anedota… desfazia-me a rir e depois o policia que está nas galerias fazia o trabalho dele.

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