Neste artigo, não pretendo
demonstrar um profundo conhecimento sobre Cuba,
ou sobre o que Fidel Castro fez ou
não ao longo da vida, porque, e pelo mais basilar motivo, não sou esse
conhecedor profundo. Mas contenta-me o facto de viver, ao que parece, num país
onde são muitos mais os que defendem o Castrismo
do que o que julgava.
Mas as recentes reações ao
falecimento de Fidel Castro, no meu círculo de amigos no Facebook, faz-me
levantar uma questão, ou várias aliás. A principal: São tantos assim a defender os políticos de esquerda?
Fidel Castro, como todos sabemos,
era um ditador. Ora, uma ditadura é oposta a uma democracia. Uma ditadura, não dá ao povo, aos cidadãos, aquele que para mim é o mais elementar pilar de uma
sociedade, a liberdade, entre
outras, a liberdade de escolha.
Aquela ideia romântica de Cuba e
principalmente de Havana, que todos
temos, nem sempre é bem assim nem muito menos replicável no interior daquele
país. Nunca fui a Cuba, e aliás gostaria de ir antes da transformação económica e social que, inevitavelmente, haverá
naquele país, porque reconheço ter um certo fascínio pela decoração anos 60 que
a cidade capital e o estilo de vida cubano nos oferece, mas, meramente para
fins turísticos, porque no que toca a ponderar viver “parado” nessa década, eu,
tal como creio que todos os que têm feito certas publicações no Facebook,
recusaríamos. Estou até em crer que, e sem informação concreta alguma, que
maior parte dessas publicações possam, ironicamente, ter sido publicadas
através de iPhones e computadores da Apple, mas, é uma mera impressão minha.
Para finalizar, apenas deixar
presente que, este fenómeno que todos assistimos nas redes sociais, está intimamente relacionada com o facto de quando
alguém falece, em Portugal parece
que passa a ser idolatrada e assistimos a um apagão de memória daquilo que no
essencial, essas pessoas foram realmente. Atenção que Fidel Castro foi, a meu
ver, marcante na história, não apenas cubana, mas no panorama mundial. Foi, e
continuará a ser, uma referência politica, porém, o que ele defendia e implementou,
não sou de acordo e não
gostaria, jamais, de viver numa sociedade como a que Fidel construiu.
Hoje, falamos de Fidel Castro e
muitos são os Castristas que se manifestam porque, e só porque, a ditadura que
ele implementou foi uma ditadura de esquerda. Mas como disse anteriormente,
seja qual for a ditadura, esquerda ou direita, como aliás em quase todos os
radicalismos que a sociedade por vezes cai, eu não sou a favor e não ouvirão a minha voz nessa defesa.