Tal como tenho vindo a defender à uns tempos para cá, e como até Manuela Ferreira Leite o disse na semana passada, os resultados da receita de austeridade imposta podem até a não estar a ser maus, mas a forma como a eles chegamos é que é demasiado duvidosa de sucesso...
Teixeira dos Santos defendeu o mesmo este ano, no clube dos pensadores, o mesmo em que no ano passado Miguel Relvas revelou que não sabia a letra da Grândola, vila morena, o ex-ministro da finanças disse o que é óbvio para quem percebe minimamente de finanças públicas: que a descida do défice de 5,8 para 5,2 num ano, à custa de aumento de impostos, não é grande feito. E não o é de facto!
Mais, disse mesmo que seria possível chegar a esta acalmia dos mercados sem que os portugueses estivessem a passar pelo que estão obrigados a fazê-lo... mas enfim, em nome da austeridade, tudo!
A verdade é que a austeridade não está provada em lado algum que tem sucesso. É uma mera teoria daqueles que pretendem atirar abaixo o keynesianismo e assim levar a cabo as teorias liberais. E quem melhor do que a dupla Passos Portas para o fazer em Portugal?
Os números estão a começar a aparecer, e não podemos dizer que é mau, porque não o é. No entanto, temos de ver como a eles chegamos, e se a receita é expulsar os novos qualificados, e explorar os idosos e doentes, não alinho em me juntar à festa.
Para terminar, apenas lembrar que, segundo me consta, no tempo de Salazar os cofres estavam cheios, mas à custa de explorar colónias, o povo português não podia falar e a fome não era assim tão pouca quanto isso... Lembrem-se disto!