O que para alguns parece ser um resgate, para outros é apenas uma linha de crédito.
Trata-se claro, e isso é certo, do dinheiro que foi acordado na última ecofin ir parar ao sistema bancário espanhol. As opiniões dividem-se, à quem ache que é o início do resgate, e que é já um resgate à própria Espanha, mas à também quem se fique pela ideia de que é só para o sistema bancário.
Todas estas duvidas prendem-se pelo facto de os detalhes, a esta hora, serem ainda desconhecidos, pelo que tem vindo a suscitar bastantes vozes discordantes por toda a Europa. Sabe-se para já, que é dinheiro apenas europeu, o FMI nada tem a ver com este memorando, e que não serão impostas medidas de austeridade a nível nacional por causa deste mesmo empréstimo e que não haverá um Governo superior ao nacional, isto é, não haverá uma troika.
O que à primeira vista cria uma ideia de dois pesos e duas medidas. Pois países como Portugal, Irlanda e Grécia que já tiveram de recorrer a ajuda externa, têm vindo a implementar medidas de austeridade para controlar as contas públicas, e quem sai sempre prejudicado, pelo menos até à data, nos países que referi assim tem sido, é o cidadão mais comum, aquele que trabalha, ou melhor, que trabalhava. É por isso, de extrema importância conhecer os contornos desta ajuda acordada este mesmo fim de semana.
Por outro lado, uma outra ideia que cria é a de que os principais lideres europeus, e nomeadamente quem "desenha" estes memorandos, deve ter entendido, por cobaias como os países que estavam já sob financiamento externo, que medidas de austeridade por si só não ajuda a resolver os problemas, ou melhor, só os agrava, pois vejamos Portugal, pediu dinheiro supostamente para resolver uma crise, mas está a criar outra da qual não parece ter fim à vista, que é a da subida do desemprego e do recuo da produção e consequentemente da economia, e agora vê-se nesta posição, e a dever ainda mais dinheiro. Isto claro, para não falar na Grécia e já teve de adicionar mais pacotes de ajuda sob o primeiro. Dado isto, parece-me ser claro que depois de Hollande vencer, os conceitos crescimento económico e emprego entraram na rotina de quem decide politicamente. No entanto, o que este acordo parece ser (ainda não se sabe ao certo), é uma ajuda à banca para que esta possa fazer circular o dinheiro para apoiar as empresas e as familias, e não austeridade até agora conhecida, que só serviu para fazer com que a banca deixasse de fazer circular o dinheiro e consequentemente, criar falta de fundos a quem tem encargos ou para quem quer empreender...
Acho, como já referi, fulcral que se conheçam os parâmetros do acordo espanhol, até por uma questão de transparência, mas também, para saber qual o caminho que podemos adoptar numa renegociação do nosso próprio acordo!
É portanto com muito gosto, que como europeu que sou, e como português, vizinho de Espanha, que vejo uma nova política ser incrementada, no país para o qual saem a maior parte das exportações nacionais, com a qual me identifico.
NOTA: É importante realçar que os conteúdos do acordo são desconhecidos a esta altura. O que acabou de ser escrito, é a partir dos pressupostos referidos!
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