Quando a minha mãe me disse, em tom de pergunta e indignação, que não percebi o que o Costa está ali a fazer, admito que me deram uns arrepios, associando eu Costa ao António Costa, atual Primeiro-Ministro.
Mas não, ela referia-se a Carlos Costa, atual governador do Banco de Portugal.
Para lhe tentar responder, sim, porque não é fácil justificar a sua função e relevância atualmente, eu vendi-lhe o peixe que nos venderam à uns tempos, ou seja, que ele foi indicado pelo anterior Governo para continuar no cargo com a intenção de acompanhar o processo de venda do Novo Banco.
Relembro que, aquando a intervenção estatal do Governo Sócrates no BPN, muitas foram as vozes que criticavam o então governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio pela inação enquanto supervisor. O que dizer então de Carlos Costa?
Com o mais recente episódio do Banif, e nomeadamente com a intervenção pública de Costa, o PM, parece-me claro que Costa, o governado do BdP tem a sua relevância reduzida a muito pouco, para não dizer nula.
Mais se agrava esta situação, a permanência de Carlos Costa, quando o ex-Secretário de Estado Sérgio Monteiro é contratado (oficialmente a 18 de Dezembro) para proceder à venda do Novo Banco com um salário a rondar os 25 mil euros mensais (50 vezes o salário mínimo), acerca dos detalhes deste contrato, recomendo o artigo de opinião de Mariana Mortágua hoje no Jornal de Notícias.
Para terminar, não é estranho que, numa altura em que se fala tanto da promiscuidade entre negócios e política, estes casos surjam mesmo debaixo dos nossos olhos?
O povo interessa-se mais com estes casos do que com os valores da dívida pública e do défice. Porque estes casos são vistos como os parasitas da sociedade, e o défice e dívida não põem comida na mesa.
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