Eu estava a tentar evitar escrever sobre este assunto, mas é impossível!
O que se tem sabido nos últimos dias, acerca das subvenções vitalícias, é nada mais nada menos, vergonhoso. São, na verdade, achas para a fogueira daqueles que criticam a política por causa dos políticos! Quando tantos sacrifícios são pedidos aos portugueses, quando não são dadas oportunidades a jovens, quando existem em Portugal pessoas a não terem dinheiro para eletrecidade e água (bens básicos no nosso quotidiano), pessoas com fome que não têm dinheiro para refeições quentes, crianças que a única refeição quente que fazem é na escola, ... Ao mesmo tempo que tudo isto se passa, aos olhos de todos, temos 30 deputados que se preocuparam em alegar a inconstitucionalidade do fim das subvenções! Dá para acreditar?
É certo que desempenho de cargos públicos requer uma forte limitação daquilo que poderá ser a atividade profissional de um indivíduo, mas principalmente o peso que trará à sua vida pessoal. Muitos vêm como missão, outros utilizam para proveito próprio, mas é certo que assumir essas responsabilidades públicas é uma opção.
Eu não estou de acordo com o retirar de direitos outrora adquiridos, mas também não posso subscrever que sejam repostas as subvenções, com retroativos, quando muitos foram os portugueses afetados pelos cortes salariais e com a criação de novos impostos.
Acresce a esta vergonha, o sigilo que houve.
Tal como o título de um livro de Mário Soares, "Um político assume-se", e não o pode fazer, pelo menos não devia, só quando é para medidas populistas. Os 30 deputados que o fizeram deveriam tê-lo assumido, publicamente, que não concordavam e que iriam recorrer para o Tribunal Constitucional.
Mais acresce quando, depois do acórdão ter mantido o anonimato, a SIC publicar o nome desses deputados, dos quais 21 do PS e 9 do PSD. Segredo de justiça?
Dos 21 do PS, uma das deputadas é Maria de Belém. De relembrar que, aquando do orçamento de Estado de 2012, que ajudou bastante aquele diagnóstico supra descrito, se escusou de o fazer.
Para finalizar, se juntarmos estes dois casos que envolvem a candidata a PR, ao falecimento de um dos seus principais (senão principal) apoiante na campanha e ainda a participação que teve no BES Saúde, junto-me a Miguel Guedes, que hoje assina no Jornal de Notícias um excelente artigo, em que sentencia que a campanha de Maria de Belém morreu.
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