O ser humano é isto mesmo, capaz do melhor, e do pior.
Todos podemos, derivado da nossa cultura e visão do mundo, como ele é e como nós acreditamos que seja, aliás, sobretudo pelo que nós acreditamos que ele seja, repudiar os ataques de ontem ao "Charlie Hebdo".
Qualquer ataque que se faça à liberdade, nomeadamente à liberdade de expressão, é merecedora deste mesmo tipo de reacções. Apesar da tragédia, que fará com que o dia 7 de janeiro não seja mais o mesmo, ficará para a história a reação humano e solidária que todos tivemos.
Porém, existe, como em tudo na vida, dois lados. Tal como a moeda tem duas faces. Isto aplica-se a tudo, creio, mas o que aqui vou explorar um pouco, é o facto de se aplicar a atitudes do ser humano, e também, às crenças dos que habitam neste mundo.
Começando pelas acções que, todos os dias, os seres humanos praticam.
Somos capazes do melhor, mas também, do pior. No nosso dia-a-dia, conseguimos fazer algo de extraordinário, mas algo de horrível também. Fomos nós, seres humanos, que desenvolvemos excelente tecnologias, ao longo dos anos da nossa existência, que nos permitiram atingir a qualidade de vida que hoje possuímos. Somos também, capazes de praticar o bem perante o próximo, com grande facilidade. Conseguimos ser amáveis e compreensivos, ouvir quem nos rodeia. Acima de tudo, somos capazes de aprender e de ensinar.
No entanto, somos também capazes de praticar o mal, destruir o que nos rodeia, ser invejosos e egoistas, não pensar no amanha, não pensar nos que nos seguirão. Somos capazes de praticar terrorismo, de massacrar, de torturar, de explorar, de não respeitar, de não ouvir, mas pior de tudo, somos capazes de silenciar. E este silenciar, pode assumir várias formas, como a que ontem foi praticada, em troca, de nada... de tudo.
De nada... ou tudo, é a deixa perfeita para passar ao segundo ponto, em que, nós, cristãos, abominamos estes actos, em prol de um Deus em que nós não acreditamos. Mas, sim, porque há sempre um mas, existe neste mundo, muitos que não acreditam no Deus em que nós acreditamos, e seguem outras religiões, outras crenças, outras formas de viver.
Recentemente, li um livro de José Rodrigues dos Santos, o Fúria Divina, em que retrata, precisamente, o islamismo. Os muçulmanos são educados para aqueles fins, o mundo para eles é daquela forma, e pelo Deus que acreditam que existe, Alá, eles são capazes de morrer. Aliás, essa é a maior dádiva para eles. A maior honra e "medalha de mérito", o reconhecimento se quisermos, de uma vida bem praticada, para eles, é tornarem-se homem bomba em prol da sua religião.
Ora, isso não cabe nas nossas cabeças, mas foi isto que ontem aconteceu. Mas nunca, penso, fez tanto sentido dizer a velha máxima de que a liberdade de uns acaba, quando começa a liberdade dos outros.
Eu não estou, note-se, a defender os actos que ontem foram levados a cabo, repudio veementemente. são uma brutalidade. Tenho até, medo que este tipo de episódios se repitam cada vez mais no ocidente, pois isso significará que, aos poucos, o mundo se tornará muçulmano, como querem que aconteça.
Devemos, por isso, heroificar aqueles que preferiram morrer de pé, a viver de joelhos.
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