Eu queria fugir ao tema da Grécia, mas é impossível, pois tanta coisa há a dizer...
Em primeiro lugar, não sei se repararam, mas hoje é o terceiro dia de Governo na Grécia, Governo esse que é de coligação. E as eleições foram no domingo!!! De domingo a quinta feira, na Grécia, houve tempo para se votar, festejar, entrar em coligação, tomar posse e já viver o terceiro dia de Governo.
Se calhar, já era altura de em Portugal se encurtarem prazos, é que cada vez que vamos a eleições, demora cerca de 1 mês ou mais a que o Governo tome posse. Podíamos aplicar algum benchmarking. Até porque, sermos parecidos com os gregos em alguma coisa não é assim tão mau como nos fazem querer crer.
Adiante, esta rapidez acima descrita vai ao ponto de já haver um programa de Governo, ou uma intenção de plano de Governo, e que está a dar muito que falar. Rutura com a Europa, parece ser o remédio santo! Ao ponto de hoje, Martin Schulz, ex-candidato à Comissão Europeia e tido como candidato e mesmo como político europeu próximo e amigo dos países do sul da Europa, ou seja, Portugal, Espanha, Grécia e Itália, e não sendo do sul, mas tendo sido resgatado, da Irlanda também. Ora estava eu a dizer que Schulz foi hoje à Grécia para pedir a Tsipras que não diga não a tudo, isto segundo este artigo do Observador.
Segundo este mesmo artigo, parece que os russos estão dispostos a apoiar a Grécia nas suas medidas, entenda-se apoio, financiamento.
Ou seja, temos aqui uma situação de clara complexidade para as instituições do velho continente. Um dos países que mais contribuiu para o desenvolvimento da humanidade e da civilização, está em rutura com o continente, e com as suas instituições, que supostamente é ambicionado por todos.
Atenção que eu sou um europeísta, mas isso não me leva a acreditar cegamente nas suas instituições, até porque estas são aquilo o que os seus líderes as fizerem, e neste momento, a Europa está a afundar-se. Contudo, e com a "bazuca" de Dragi e com o plano Juncker, a luz ao fundo do túnel aparece de novo.
Por falar em "bazuca" de Dragi, que concordo, pois só com uma envolvência deste nível é que a Europa caminhará no rumo certo para a integração. Este instrumento financeiro, serviria para "aniquilar" qualquer intenção grega de se desfazer ou virar as costas às instituições europeias. Pois bem, ao que parece, nem isso faz demover as convicções e o Syriza vai mesmo causar estragos maiores aqueles que queriam meninos bem comportados. Os gregos vão ser, uma vez mais, os irreverentes que quebram com os protocolos e que levam a sua ideia avante!
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