O Partido Socialista e a selecção nacional andam, por esta altura, no mesmo barco. Estavam ambos óptimos para virem até Braga, depois do cenário que se verificou ontem...
Adiante.
Parece-me óbvio o motivo pelo qual o PS e a selecção estão, por ora, no mesmo barco. Estão as duas organizações em reconciliação com os próprios elementos que as compões. O PS porque vem de uma disputa eleitoral interna muito intensa, mas muito gratificante, e a selecção que trocou o seu seleccionador e é uma força mobilizadora para com todos os jogadores nacionais.
Na selecção, Fernando Santos tinha de fazer uma convocatória como a que fez, independentemente dos resultados que se obtenham. Tinha de ir buscar jogadores aos 3 grandes, tinha de dar oportunidades aos jogadores mais novos e assim começar a renovar o leque de escolhas, e precisava também de ir buscar os jogadores que entretanto tinham dito "não" ao anterior ou anteriores seleccionadores.
Assim, demonstra ter capacidade de agregação de vontades e predisposições para alinhar com as cores de Portugal.
Esta é, aliás, a maior diferenciação que qualquer organização pode ter sobre as demais, principalmente sobre os principais concorrentes.
Percebendo perfeitamente ler estes sinais do tempo, temos António Costa que soube esperar pelo seu momento e lançar-se à liderança do Partido Socialista que vinha tendo uma morte silenciosa, que começou no 2 mandato do anterior Primeiro-Ministro.
O resultado das europeias demonstrou-se factual para que o autarca de Lisboa mostrasse a sua vontade de dirigir o partido e o país. Soube ler e analisar a situação. Foi premiado com 70% dos votos de uma eleição histórica e inédita na política portuguesa.
Para além de saber utilizar a força da agregação, que se está a impor à força do voto, devido aos próprios eleitores, Costa deu já sinais de abertura à esquerda do PS, nomeadamente ao LIVRE e também a movimentos de pessoas que querem fazer algo de útil pela sociedade. Tem também agendada para amanhã uma audição com o Sr. Presidente da República. Demonstrando assim a sua forte convicção e abertura de se expor e ouvir os outros.
Sejam qual forem os resultados amanhã (jogo com a França e reunião com Cavaco Silva), Fernando Santos e António Costa estão ambos a saberem ler os sinais do tempo. Colherão certamente, os frutos que esperam colher.
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