O título deste artigo pode gerar alguma confusão, mas que facilmente as desfaço.
Para começar, digo que estou de acordo quando Seguro diz que os partidos têm de mudar porque as eleições europeias (para além, e principalmente das autárquicas), mostraram que os eleitores estão descontentes com os partidos e com os seus sistemas de clientelas bem conhecidas.
Discordo da forma como está a conduzir o problema dentro do PS.
Agora, passo a explicar.
Quero começar por dizer que neste momento, Seguro está tão democraticamente legitimado perante o PS como Passos Coelho está democraticamente legitimado para governar Portugal.
Quando se diz, nomeadamente o líder do partido socialista, que Passos Coelho não tem legitimidade para governar porque grande parte dos portugueses não querem mais essa governação. Pois bem, acontece exactamente o mesmo no PS, e portanto, António José Seguro está na mesma posição que o líder deste Governo.
Depois, acontece que estou totalmente de acordo, aliás, tornei-o público ainda em setembro, quando se diz que os partidos têm de mudar porque os eleitores não se revêm no actual panorama. E parece-me uma boa proposta, aquela que Seguro fez hoje, em que não serão só os militantes a votar, mas também simpatizantes. Mas agrada-me ainda ainda mais, a possibilidade de se poder votar em deputados directamente, e não como acontece actualmente, se votar em lista fechada.
Mas tal como o secretário-geral do partido que habita no largo do rato tem dito várias vezes, este é um momento histórico, e por isso mesmo, merece uma celeridade maior porque estamos a 1 ano e pouco de eleições legislativas, e por isso, não convém a nenhum dos candidatos, caso queiram mesmo ser Primeiro-Ministros, perder muito tempo neste processo. Daí achar que António José Seguro tem feito mal em deixar demasiada incerteza no ar e assim, atrasar o processo de clarificação. Todo o tempo que for perdido no processo, é a meu ver, tempo perdido.
Para finalizar, dizer apenas que gostei de ver, numa rara aparição, Seguro o determinado!
Porém, relembrar o mesmo que quando disser que está legitimado democraticamente como líder do PS, não o volte a fazer referindo-se a Passos Coelho. E outra nota é recordá-lo de que quando afirma que António Costa se poderia ter candidatada a 3 anos atrás ou no ano passado, esta solução que apresenta, poderia ter sido levada avante quando Assis à 2 anos a apresentou.
Só para o caso da memória ser curta...
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