quarta-feira, 28 de maio de 2014

Bem ou mal... Está feito!



Na minha leitura feita acerca das eleições, na segunda-feira, escrevi que se houvessem eleições no PS não viria mal nenhum ao mundo.
No dia a seguir, António Costa mostra-se disponível para assumir responsabilidades.
Logo, não posso negar que entre Seguro e Costa, prefiro ver o autarca de Lisboa à frente do Partido Socialista.

É certo que foi o PS quem venceu as eleições, e que a direita teve uma estrondosa derrota, mas isso não se traduziu numa grande vitória, sequer, para o maior partido da oposição. Aliás, foi "maior" o resultado do MPT do que o do PS. Isto, no contexto que vivemos, não pode acontecer!

Mas a situação dentro do partido que "mora" no largo do rato parece estar a entrar na degradação e não no sentido responsável que tem de seguir. Podemos, infelizmente, estar a porta de uma guerrilha que pode queimar muito tempo e esse, vir a ser precioso para o próprio PS.
Não estou a querer dizer que António Costa fez mal em se mostrar disponível! Só estou é a dizer que Seguro está a fazer mal em se agarrar a cadeira. Sim, porque não achando que essa seja a verdade, é essa a imagem que está a passar, e será essa que contará nas nossas cabeças.

Seguro fez dois anos de oposição extraordinários dado o seu próprio contexto, elogiei esse mesmo facto no devido tempo, no entanto, não acho tão meritório o seu trabalho neste último ano, o que me faz temer o próximo ano também.
Sim, o PS ganhou duas eleições (2013 e 2014), mas que vitórias foram? Em que contextos? Com que margens? Como foram os outros resultados?
Por exemplo, em relação a este domingo, o PS venceu não por ter obtido um grande resultado (muitos votos), mas sim porque a Aliança Portugal teve um mau resultado (poucos votos). Esta é que é, para mim, a verdade.
Não obstante, esta lista era completa quanto a "alas" do partido, e por isso, todos são responsáveis por tal, e não apenas Seguro.

Mas há um facto, que ainda ninguém discutiu e que me parece crucial, e na verdade, é o que me faz também tender para o lado de Costa. Penso que já todos reparamos que, enquanto estiver António José Seguro a frente do PS e Pedro Passos Coelho a frente do PSD, o diálogo e consenso necessários para a vida da democracia, mas principalmente para a vida dos portugueses, será impossível. Já António Costa parece conseguir reunir maior apoio quer com o Governo, mas também com a esquerda que faz falta do Partido Socialista.
Para além claro, de o autarca de Lisboa ter já curriculum governativo.

Para concluir, muitos são aqueles que defendem que não se deve partir para eleições directas agora porque vai dividir o PS. Não concordo totalmente com esta afirmação. É certo que divide, sim, mas por outro lado, o resultado, por si só, divide também. Mais, depois de Soares, Alegre e o José Lello estarem ao lado do autarca, e de Jorge Lacão se ter demitido por não concordar com Seguro, já é divisão suficiente.
E quanto as legislativas, também não é certo que o Partido Socialista as vença com Seguro, logo, Costa teria tempo, a meu ver, para arrumar a casa.
Não se pode é gastar muito tempo.
Antes de estar ao lado de Seguro ou de Costa, estou ao lado do PS e de Portugal!

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