Esta noite, numa entrevista concedida à TVI/TSF, Pedro Passos Coelho disse que o Governo não precisa do PS para negociar o programa cautelar, por ter legitimada para o fazer sozinho.
Eu até admito que sim, que seja verdade, outrora (na data das eleições e até pouco mais à frente) tinha a confiança dos portugueses, mas isso hoje não se verifica. Porém, o mandato do Governo é de 4 anos, e este goza de uma maioria absoluta, por isso, em termos teóricos não deixa de ser verdade e pode realmente fazê-lo.
O que a meu ver até pode não ser mau de todo. Todos nós sabemos, e todos nós nos recordamos que o Governo muitas vezes "vai além da troika", como o próprio Passos Coelho o dizia no início do seu mandato. Quer isto dizer que até poderia ser benéfico para os portugueses não ficarem completamente entregues a este executivo.
Nos últimos meses, têm-se multiplicado as declarações a afirmarem que este programa foi mal desenhado e que houveram grandes erros de previsão. O nosso Primeiro-Ministro até tem compactuado e ele próprio diz que está mal calibrado. Mas há um grande problema, enquanto todos reconhecem ser um programa com demasiada austeridade, o líder do PSD dá a entender que ainda quer mais.
Entre um programa cautelar e um segundo resgate, prefiro a primeira hipótese claro, mas entre o programa cautelar e ter tido um Governo competente, já prefiro o segundo!
Tal como Manuela Ferreira Leite, também não consigo associar a palavra sucesso a esta execução do entendimento. Tenho-o feito sempre que existe uma nova avaliação em que dá nota positiva, aponta graves erros na execução e consequentemente atribui nova tranche de verbas. A ex líder do PSD diz mesmo que o sucesso não se vê pelos objectivos atingidos nem pelas consequências não serem trágicas, mas sim pelos resultados que as políticas produzem, e estes resultados não são bons.
Já os partidos mais à esquerda do espectro político português criticam a entrevista, dizendo que o PM passou à margem da dureza do dia-a-dia dos seu povo (Bloco de Esquerda) e também que não tem governado para os portugueses mas sim para os mercados e interesses financeiro (PCP).
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