sexta-feira, 3 de maio de 2013

Em prol do "sucesso"



Hoje o Governo anunciou mais medidas de austeridade. Estas medidas são essencialmente no sector público, como não poderiam deixar de ser, ao que já estamos habituados.

As principais medidas que aqui vou deixar são as seguintes:
-rescisões mutuas com 30000 funcionários públicos
-aumento de 35 para 40 horas de trabalho semanais na administração pública
-transformar a mobilidade especial em requalificação da administração

Logo como nota introdutória Passos Coelho salientou a importância de assegurar o aval da 7ª avaliação da troika e o que aconteceria se tal não acontecer e salientou o bom caminho que estamos a seguir.
Ainda hoje é o dia em que me pergunto como é possível obter constantemente notas positivas mas para tal termos de cortar cada vez mais na despesa... Não havia um programa em que estava tudo contemplado? As tranches, prazos, cortes e medidas?

Agora falando um pouco do que foi anunciado pelo Primeiro-Ministro, rescindir contratos com 30000 funcionários públicos pode ter efeitos muito negativos, para alem dos efeitos sociais, económicos também com mais desempregados, logo mais subsídios de desemprego e também no funcionamento da própria administração. Mas veremos como irá decorrer... Quer-me parecer que o segredo está mesmo na interpretação da palavra mutuo.

Aproximar o sector público do privado, aumentando em 5 horas de trabalho semanais não me parece por si só muito grave, agora é preciso notar que não será acompanhado de um aumento remuneratório, e isto já roça a exploração.

No entanto, e como não é só criticar, parece-me extraordinário e tardio que o Governo pretenda requalificar a administração. Todos nós nos dirigimos todos os dias ao serviço público e todos sentimos as diferenças entre o atendimento e funcionamento entre público e privado ( sei que estou a generalizar mas em grande medida é assim). Tal como eu, muitos outros jovens estudam administração pública neste país, esta licenciatura é leccionada em universidade de prestigio como a do Minho, Aveiro, Coimbra e mesmo em Lisboa também, entre outras. Deixo aqui uma pergunta: Porque não a administração pública absorver estes jovens licenciados? A AP está ainda hoje cheia de funcionários que entraram no tempo em que não era preciso nenhum requisito senão fazer um exame de cultura geral! É por isto que vejo com bons olhos esta medida, Portugal tem nesta matéria o problemas, mas tem também a solução, à que aproveitar!

Outro ponto positivo que não quero deixar passar em claro é o facto de não aumentar os impostos de forma a responder ao chumbo constitucional, certo de que não há margem para o fazer, mas como este Governo consegue sempre surpreender, deixo aqui a minha nota positiva.

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