terça-feira, 7 de maio de 2013

Aos 39 anos de PSD



A comemoração dos 39 anos do PSD e as declarações que desta data resultaram fazem-me reflectir aquilo que são realmente os partidos e quem os controla.

Quem segue a política nacional nos últimos 5 anos, sabe perfeitamente que o PSD é um partido dividido, só durante a governação José Sócrates, foram pelo menos 5 líderes diferentes deste partido, e ainda assim com quase outros tantos como potenciais futuros líderes...

Mas seja como for, não é normal que figuras notáveis da organização ou mesmo fundadores estejam desapontados com o desempenho do próprio partido nomeadamente de Passos Coelho. Deixo aqui algumas citações proferidas nestes dias:

  • “Não vou comemorar rigorosamente nada. Só não vou chorar porque não tenho idade para isso”, o partido está hoje “muito descaracterizado”, num caminho que “não tem nada a ver com a matriz social-democrata”. - António Capucho
  • “Conjunto de pessoas que tomaram conta das estruturas internas e afastaram os militantes que possam divergir”. “Há uma oligarquia que tomou conta do poder, as distritais não servem para nada, o partido está completamente dominado pela estrutura liderada pelos companheiros de aventura do dr. Passos Coelho e do dr. Miguel Relvas, que hoje está alapada no poder”, - António Capucho 
  • “Não só na sua palavra, mas no seu pensamento, aquele que é o ícone, o grande referente do PSD, Francisco Sá Carneiro, hoje em dia não passa de um retrato pendurado no partido”, - Miguel Veiga.
  • “Não era isto que eu esperava que este governo fizesse, não era isto que o PSD no governo devia fazer” - Encarnação


Estas afirmações levam-nos a crer que uma ala deste partido poderia hoje ter fundado um outro, bem mais à direita, bem mais neo-liberal, bem ao jeito de Passos Coelho.
Mas mais grave do que isto, coloca em causa a democracia, uma vez que esta é exercida em grande parte pelos partidos políticos, a falta de dialogo e o facto de tentarem "calar" vozes divergentes através de domínio da chamada máquina partidária é muito grave e triste, principalmente para os jovens, que têm o futuro do país nas mãos mas que ao que parece nada podem fazer na lei dos mais fortes.

Esta é a meu ver uma das grandes diferenças entre os dois partidos que têm governado nestes anos de democracia, o PS é bem mais unido e dá mais oportunidades aos seus militantes, sendo certo que não será em todo o partido assim, no entanto, aquando a comemoração do 40º aniversário viu-se Mário Soares e Seguro lado a lado com elogios do fundador ao actual secretário geral.

É caso para perguntarmos uma vez mais o que podemos realmente fazer por nós e pelo nosso país? Temos assim tantas oportunidades de intervenção como nos fazem querer?  A minha resposta é sim, claro, temos é de saber como e ser persistentes.

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