Duas cidades portugueses
nas últimas semanas têm feito correr muita tinta, são elas
Grândola e Nazaré! Motivos distinto, a primeira como serviu de
musica para o início da liberdade em 1974, a outra porque ano após
ano tem tido a maior onda do mundo batendo recordes, Garrett
Mcnamara tem sido o protagonista.
Mas o que me faz escrever
este artigo, é a simbólica musica Grândola vila morena. Musica de
Zeca Afonso que foi a contra-senha utilizada pelo MFA a 25 de Abril de 1974.
Esta musica e terra são vistas como o rosto da nossa liberdade.
No entanto, esta musica
tem sido cantada com uma frequência bastante pouco comum, começando
na AR interrompendo Passos Coelho e de seguida, serviu de cartão de
visita a quase todos os ministros quando alguma visita faziam.
Sou jovem e tenho pena de
não ter vivido aquele que para mim foi dos momentos mais importantes
da nossa história, a revolução dos cravos, e como tal, tenho
grande carinho por esta mesma musica, acontece que é com algum
desagrado que a vejo ser cantada por pessoas que nem o seu
significado sabem! Com esta atitude, corremos o risco de se tornar
vulgar, o que não é nada bom. Gosto que se as pessoas estão
descontentes, que o manifestem, e o povo fá-lo de forma exemplar sem
dúvida, mas novos caminhos têm de ser seguidos, não devemos ficar
agarrados ao passado e pegar em símbolos de outrora para escrever a
história de hoje, devemos sim encontrar novos caminhos, para o caso,
novas musicas, tal como temos encontrado novas formas de manifestar,
senão podemos estar a preparar um futuro igual ao de hoje daqui a
outros 35 anos.
Não defendo com isto que
a Grândola deva ser colocada na gaveta, não, deve ser cantada em
momentos específicos e não apenas porque apetece a alguém. Hoje
por exemplo, todo o país estará em manifestação em todas as
capitais de distrito, ás 18h30 será catada em uníssono a Grândola,
grande feito a meu ver, mas por outro lado, esta semana ouvi esta
mesma musica numa discoteca, ridículo!
Acho por tudo isto que
devemos sim mostrar o nosso desagrado, mas de forma criativa e
responsável, não ficarmos agarrados ao passado, até porque não
gostaria de daqui a 35 anos viver num país como Portugal se encontra
hoje, ambiciono algo melhor para Portugal!
NOTA: este texto foi escrito antes da manifestação
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