Ontem, realizou-se em França a primeira volta das eleições presidenciais francesas. François Hollande foi o vencedor com 28,3% dos votos. Foi a primeira vez que um recandidato não vence as eleições em França.
Apesar de Hollande vencer Sarkozy, a surpresa esteve no resultado da candidata pela extrema-direita que obteve entre 18 a 20 por centos dos votos. O que, uma vez que não passou à segunda volta, podem os seu votos serem transferidos para o candidato da direita, Sarkozy. Porém, este mesmo resultado pode ter diferentes interpretações, pois poderá querer dizer que quem votou em Marine LePen se recuse votar no actual presidente. Este, devido principalmente à perda do rating de triplo AAA, durante a campanha viu a sua popularidade baixar de forma drástica ao ponto de ser o primeiro recandidato que não vence as eleições.
O candidato socialista já detém o apoio dos candidatos de esquerda (Mélenchon e Joly) para a segunda volta. O resultado desta noite não é visto como mérito para Hollande (talvez por ser pouco carismático) mas sim por desmérito de Sarkozy (devido ao seu nível de impopularidade). Contudo, o projecto do socialista é vista como alternativa credível ao agora aplicado e como uma mudança de políticas com um tom de esperança em toda a Europa em que de facto as coisas possam começar a ser diferentes!
As primeiras sondagens à segunda volta dão vantagem a Hollande sobre Sarkozy (54 contra 46 por cento).
De salientar ainda, e de fazer inveja também, que 80% dos eleitores se deslocaram ás urnas, o que demonstra bem o nível de democracia vivido em França. Para quem diz que o voto não é útil e que nunca muda nada, o dia de ontem pode ser visto como uma lição de que isso não é de todo verdade. Pois com a grande afluência ás urnas na primeira volta, e a confirmar-se a tendência na segunda volta (tanto a nível de sondagem que atribuí vitória a Hollande, como a afluência ás urnas), o voto é realmente útil e pode de facto mudar as coisas, neste caso em concreto, a Europa.
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